Mas o que é angustia?
O que é, quais os sintomas e como lidar com ela
11 técnicas e exercícios para aliviar o sofrimento
Angústia é um sentimento natural da nossa vida. E até necessário. Afinal, viver tem seus percalços. E isso significa que vamos nos machucar e sim, vai doer. Se sofremos estamos vivos. Porém, se esse sofrimento se prolonga e passa a dominar a nossa vida, é preciso tomar uma atitude.
Mesmo que situações como rejeição, perdas e fracasso doam muito e possam deixar cicatrizes, se não forem bem cuidadas, sua mente e seu coração podem adoecer. Dessa forma, assim como tudo na vida, temos que aprender a deixar a angústia ir embora e dar espaço para o novo entrar.
Muitos de nós nos perguntamos cada vez que sentimos angústia: como se libertar da mágoa e da dor e seguir em frente? Até mesmo porque, se apegar ao passado não é necessariamente a melhor escolha, não é mesmo? Quantos de nós queremos avançar, porém algo nos segura?
Isso pode acontecer por inúmeros motivos e um psicólogo lhe ajudará a identificá-lo. Mas além do apoio de um profissional, você também pode se ajudar. E é pouco a pouco mesmo. Com pequenas práticas você irá se reconquistar e ao seu futuro também!
A angústia também pode estar associada a dúvidas sobre o futuro, reais ou imaginárias.
Como por exemplo: algo que estamos ansiosos para que aconteça ou que não temos certeza sobre as suas consequências ou situações do passado, como relembrar experiências traumáticas.
Quais os sintomas da angústia?
Como pontuamos brevemente, a angústia envolve sintomas físicos e psicológicos e, em geral, podemos identificar mais facilmente observando os seguintes fatores:
-
Excesso de pensamentos negativos;
-
Crises de ansiedade;
-
Batimentos cardíacos rápidos e descontrolados;
-
Dores no peito e sensação de aperto na garganta;
-
Dificuldades para respirar e sensação de sufocamento;
-
Inquietação;
-
Dores de cabeça;
-
Insônia.
Para o especialista Florindo:
"Nó na garganta, aperto no peito, desamparo e vontade de chorar. Estas são sensações geralmente mencionadas por pessoas que passam pela angústia".
Como melhorar a angústia?
Você deve estar se perguntando, mas então, como lidar com a angústia? Não há exatamente uma receita de bolo ou exercícios que garantam que você deixe de sentir aquela angústia ou se livre dela para sempre.
Esse sentimento tem muito a ver com a forma como nos conhecemos, trabalhamos a nossa inteligência emocional e lidamos com as questões no dia a dia.
Por isso é tão importante desenvolvermos habilidades, como o autoconhecimento, junto com um profissional, para evitar que os sintomas cheguem ao limite da situação.
Segundo Florindo:
"Para superar momentos de angústia, é importante procurarmos pessoas e atividades que nos façam bem e nos tragam paz. Amigos e familiares, nossos lugares preferidos, comidas favoritas, contato com ambientes positivos".
O nosso encontro com o bem-estar emocional passa, entre outras questões, com os fatores de risco da angústia durante toda a vida.
Por isso, é importante buscar esse equilíbrio para que momentos de maior dificuldade sejam trabalhados sem tantos abalos emocionais e físicos.
"É importante cuidar de cada caso em sua singularidade. O acompanhamento com um profissional é recomendado sempre que a pessoa encontra dificuldades em lidar com seus sentimentos”
Comenta Florindo
“Se deixarmos a angústia tomar conta, nosso autocuidado diminui. Isso quer dizer que deixarmos de fazer coisas importantes pra nós mesmos. Aspectos de saúde como a higiene do sono, alimentação e a evitação de abuso de substâncias, como o álcool, precisam ficar no nosso radar de saúde geral.”, finaliza Florindo.
11 técnicas e exercícios para aliviar o sofrimento
Se você está se sentindo muito angustiado, saiba que é possível aliviar essa sensação e até usá-la de forma positiva. Confira agora algumas dicas para ajudá-lo nessa empreitada:
Como superar a angústia?
Uma coisa que nos conecta como seres humanos é que todos nós sentimos dor, seja ela física ou emocional. Ou seja, compartilhamos a ideia de que seremos feridos. Porém, o que nos difere é a maneira como lidamos com essa dor.
Quando vivenciamos demais uma dor e mergulhamos em um sentimento de angústia, isso nos impede de crescer. Uma das melhores maneiras de se curar das mágoas é aprender lições da situação e usá-las para se concentrar no crescimento. Elas se tornam o impulso que nos leva a frente.
Se você está se sentindo muito angustiado, saiba que é possível aliviar essa sensação e até usá-la de forma positiva. Confira agora algumas dicas para ajudá-lo nessa empreitada:
1. Tenha um mantra positivo para combater os pensamentos dolorosos
O modo como você fala consigo mesmo pode levá-lo adiante ou mantê-lo preso. Muitas vezes, ter um mantra que você diz a si mesmo em momentos de angústia pode ajudá-lo a reformular seus pensamentos.
Por exemplo, em vez de ficar preso no “não posso acreditar que isso aconteceu comigo!”, tente um mantra positivo como: “Tenho a sorte de poder encontrar um novo caminho na vida, algo que seja melhor para mim”.
2. Crie distância física do que causa angústia
Não é incomum ouvir alguém dizer que você deve se distanciar da pessoa ou da situação que está lhe causando problemas. Pois saiba que isso não é uma má ideia!
Criar uma distância, seja física ou mesmo virtual, entre nós e a pessoa ou situação que causa incômodo pode ajudar com a angústia pela simples razão de que, por não estarmos em contato direto, não somos obrigados a pensar sobre isso ou processar o que te magoou o tempo todo.
3. Concentre-se em você
Focar em você é importante. Você tem que fazer uma escolha para lidar com a dor que está experimentando. Quando você pensar em algo ou alguém que lhe causou dor, traga-se de volta ao presente. Então, concentre-se nas coisas pelas quais você é grato.
Concentre-se no seu trabalho, por exemplo. Recupere o prazer de concluir suas tarefas, lembre da trajetória que trilhou para chegar onde está. Quando perceber, a angústia estará um pouco mais distante.
4. Pratique a atenção plena
Quanto mais pudermos focar no momento presente, menos impacto nosso passado ou futuro tem sobre nós.
Quando começamos a praticar a atenção plena, nossa angústia tem menos controle sobre nós. Assim temos mais liberdade para escolher como queremos reagir às situações que se apresentam em nossa vida.
5. Seja gentil consigo mesmo
Quando algo de ruim acontece e sua primeira resposta é criticar a si mesmo, é hora de mostrar-se alguma bondade e compaixão.
Temos que começar a nos tratar como se tratássemos um amigo, nos oferecendo autocompaixão e evitando comparações entre nossa jornada e a dos outros.
A mágoa é inevitável e talvez não consigamos evitar a dor. No entanto, podemos optar por nos tratar com bondade e amor quando coisas ruins acontecerem.
6. Permita que as emoções negativas fluam
Por medo da angústia e da dor, você tenta evitar as emoções negativas? Não se preocupe, você não está sozinho! Quase todas as pessoas possuem medo de sentimentos como raiva, desapontamento ou tristeza.
Em vez de senti-los, as pessoas simplesmente tentam excluí-los. E isso acaba justamente atrapalhando o processo de cura.
Por isso, pense nas emoções como uma correnteza. Porque, afinal, é necessário deixá-las fluir. Assim, impor uma barreira para impedir que elas surjam é como criar uma represa. E isso pode se tornar tão grave que poderá te adoecer e necessitar de intervenção médica e, mais ainda, da ajuda de um psicólogo.
Você já participa do programa de indicação? Indique um amigo para ganhar R$50 e quando eles realizarem suas primeiras consultas, você também ganha R$50 em créditos para terapia!
7. Aceite que a outra pessoa não vai pedir desculpas
Esperar por um pedido de desculpas da pessoa que o feriu vai retardar o processo de cura e aumentar a angústia. Se você está magoado, é importante que você cuide da sua própria cura, o que pode significar aceitar que a pessoa que o machucou não vai se desculpar.
8. Comprometa-se com o autocuidado
Quando estamos sofrendo, muitas vezes parece que tudo nos machuca. Então você deixa de se cuidar.
Contudo, praticar o autocuidado pode ser uma forma de estabelecer limites. Isso significa dizer não ao que nos causa dor e angústia para fazer as coisas que nos trazem alegria e conforto, ouvindo primeiro nossas próprias necessidades.
Quanto mais pudermos implementar o autocuidado em nossas vidas diárias, mais capacitados seremos. Desse espaço, nossa angústia não parece tão esmagadora.
9. Cerque-se de pessoas que somam
Esta dica simples, mas poderosa, pode ajudar você a passar por muitas situações ruins e aliviar a angústia. Afinal, não podemos viver a vida sozinhos!
Por que, então, devemos passar pela dor e esperar que as feridas cicatrizem sozinhas? Se somos tão bons em compartilhar momentos e eventos alegres e festivos, por que não compartilhar a dor, também?
Quando nos permitimos receber apoio de entes queridos e amigos, isso é algo maravilhoso. Não apenas nos faz evitar o sofrimento, mas também nos lembra do bem que existe em nossas vidas.
10. Permita-se falar sobre sua angústia
Quando você está lidando com sentimentos dolorosos ou com uma situação que o magoou, é importante se permitir falar sobre isso.
Às vezes as pessoas não desabafam porque sentem que não estão autorizadas a falar sobre o assunto. Isso pode ocorrer porque as pessoas ao seu redor não querem ouvir sobre isso ou porque você está com vergonha de falar sobre o que lhe angustia.
Mas falar é importante! Por isso, encontrar um amigo ou terapeuta que seja paciente, que te aceite e não vá te criticar e esteja disposto a te ouvir e te acolher ajudará a encarar esse problema.
Plataformas como a nossa podem facilitar a busca por um psicólogo que atenda a requisitos específicos para atender a todos que precisem de acompanhamento. Acesse nosso site (whatsapp) e confira você mesmo todas as oportunidades oferecidas!
11. Permita-se perdoar
Dissemos anteriormente que esperar as desculpas de uma pessoa pode mantê-lo preso ao passado. Dessa forma, existe um perdão que é essencial para você viver melhor: perdoar a si mesmo. E perdoar também quem lhe fez mal e lhe causa toda essa angústia.
Todavia, saiba que perdoar não é esquecer ou aceitar. Perdoar é não viver refém de uma mágoa ou angústia que outra pessoa lhe causou.
O perdão é vital para o processo de cura, pois permite que você deixe ir embora a raiva, a culpa, a vergonha, a tristeza ou qualquer outro sentimento que possa estar experimentando e seguir em frente.
Mas sabemos que, às vezes, é difícil se livrar da angústia, pois podem haver muitas questões internas complexas. Há casos que a angústia pode até ser sinal de algo mais grave.
Se você está lutando para deixar uma experiência dolorosa, conversar com um bom psicólogo e fazer psicoterapia pode lhe ajudar a enfrentar esse momento.
O que é Neurose de Angústia em Psicanálise?
Não existe uma definição única de neurose. A neurose da angústia é um distúrbio psicológico diagnosticável que interfere na qualidade de vida do ser humano sem interromper a percepção da realidade da pessoa.
Neurose, também conhecida como psiconeurose ou distúrbio neurótico, refere-se a qualquer um dos vários distúrbios mentais ou emocionais, muitos dos quais envolvem uma quantidade significativa de ansiedade ou medo.
As neuroses não envolvem nenhum tipo de causa física e não incluem sintomas psicóticos, como delírios ou alucinações.
Por isso, o termo é frequentemente associado ao campo da psicanálise, mas não é mais usado na maioria das avaliações psiquiátricas.
No uso coloquial, o termo “neurótico” (aquele afetado por neurose) é usado para descrever uma pessoa com qualquer grau de depressão ou ansiedade, sentimentos deprimidos, falta de emoções, baixa autoconfiança e / ou instabilidade emocional.
Neurose de angústia psicanálise
Historicamente, duas das figuras mais influentes da psicanálise, Freud e Jung, discordaram sobre o que criou as neuroses. Freud acreditava que a neurose estava enraizada em decepções ou traumas iniciais, particularmente na infância.
Para Freud, as neuroses eram representações individuais de frustrações encontradas durante uma fase de desenvolvimento psicossexual e, portanto, eram de natureza sexual.
Jung, por outro lado, acreditava que as neuroses eram simplesmente exageros do que, de outra forma, seria uma expressão normal do self.
Por causa dessas diferenças de crença, os dois abordaram o tratamento das neuroses de maneira muito diferente.
Freud concentrou-se intensamente no passado do paciente, enquanto Jung acreditava que o melhor era colocar o foco naquilo que o paciente estava evitando no presente.
Jung sentia que focar nos erros e problemas do passado apenas alimentava um sentimento de autopiedade, e não o desejo de efetuar mudanças.
Necessidades neuróticas
Uma necessidade neurótica é simplesmente uma necessidade excessiva. Todos nós temos necessidades como: desejar aprovação, realização, reconhecimento social e assim por diante.
Em uma pessoa neurótica, essas necessidades tornaram-se excessivas, irracionais, irrealistas, indiscriminadas e intensas.
Por exemplo, todos nós queremos ser amados. Mas não esperamos que os outros derramem amor sobre nós o tempo todo.
Além disso, a maioria de nós é sensata o suficiente para perceber que nem todas as pessoas vão nos amar. Uma pessoa com uma necessidade neurótica de amor espera ser amada por todos o tempo todo.
As necessidades neuróticas são moldadas principalmente pelas experiências iniciais de vida de um indivíduo com seus pais. Os filhos são desamparados e requerem constante amor, afeto e apoio dos pais.
Neurose segundo Sigmund Freud
Sigmund Freud adaptou o conceito de neurose aos transtornos mentais ou sofrimento com o aspecto principal da ansiedade extrema.
Este conceito investiga processos internos de personalidade e autoconceitos (conflitos inconscientes), relacionados à ansiedade neurótica.
Segundo Freud, a neurose também não precisa ser considerada negativa em todos os casos.
Uma neurose é a formação de sintomas comportamentais ou psicossomáticos em decorrência do retorno do reprimido.
Freud escreve que, de fato, há casos em que o próprio médico deve admitir que a solução de um conflito através de uma neurose é um dos mais inofensivos e mais toleráveis meios de se resolver a situação.
Na verdade, Freud vai mais longe ao argumentar que, mesmo o neurótico que precisa de tratamento simplesmente tem formações de sintomas mais debilitantes que impedem o prazer e a realização ativa na vida.
A psicose, ao contrário, refere-se quando um paciente perdeu completamente o contato com a realidade.
De acordo com Freud, existem várias classes de neurose
-
Neuroses narcisistas: megalomania, melancolia. Freud via essas neuroses como particularmente difíceis de curar porque o paciente se desenvolveu de modo a recusar a interação com outras pessoas, dificultando assim a cura por se abrir com um analista.
-
Neuroses de transferência ou “psico-neuroses”: quando o desejo de alguém por um objeto externo é transferido para fantasias que então tomam o lugar da verdadeira gratificação sexual.
-
Incluídos nesta categoria geral estão:
-
Neurose de ansiedade
Algumas características desse tipo de neurose são preocupações ao extremo, crise de pânico e alguns sintomas físico como sudorese ou tremores. -
Neurose depressiva
O indivíduo vivencia um momento de tristeza profunda perdendo o interesse na vida. Atividades que antes eram prazerosas passam a não ser mais. -
Neurose obsessivo-compulsiva
Consiste em pensamentos repetitivos e comportamentos metais intrusivos podendo causar tristeza e angústia. -
Transtorno de estresse pós-traumático (PTSD)
Pensamentos recorrentes do trauma vivido pelo indivíduo permanece em sua cabeça, atrapalhando a concentração e a vida social.
Saiba mais
Os transtornos psíquicos geralmente combinam um fator neurótico com um fator não neurótico.
Podendo haver disposições genéticas, que são estimuladas por fatores neuróticos. Por exemplo, uma pessoa com TOC pode verificar se a porta está trancada cinco vezes quando está estressada, mas o estresse pode ter causas neuróticas.
A neurose era frequentemente utilizada para descrever distúrbios nos quais o sistema nervoso não funcionava corretamente e não havia lesões para explicar a disfunção.
Neurose histérica de angústia
A neurose histérica de angústia é uma doença conhecida desde o tempo dos gregos, embora ao longo dos anos tenha mudado de significado e dimensão.
Originalmente, pensava-se que era uma doença feminina, visto que a palavra histeria significa “útero”, o útero se movia de uma parte do corpo para outra devido à frustração sexual.
A reação histérica na psicopatologia moderna é explicada como uma função defensiva pela qual o indivíduo escapa ou evita situações estressantes. Como um distúrbio neurótico, os sintomas da histeria podem assumir uma forma mais ampla.
Embora em um ponto do tempo o diagnóstico de histeria não fosse tão frequente, talvez porque o conhecimento médico não tivesse avançado tanto, ele mudou consideravelmente hoje em dia.
A histeria pode ser clinicamente agrupada em dois tipos: conversão e dissociação.
Na histeria de conversão a pessoa aflita pode apresentar sintoma físico de origem psicológica. Na ausência de causa orgânica, os sintomas e características são intrigantes e enigmáticos.
Como pode ser tratada?
Primordialmente, uma neurose é um sintoma de dor psíquica reprimida, que aparece como sintomas não relacionados ou inadequados.
Dessa forma, pode ser tratada com psicoterapia, na qual o paciente revive os sentimentos traumáticos reprimidos e aprende a lidar com eles de forma construtiva.
Considerações finais sobre neurose de angústia
Em suma, pudemos perceber que a neurose da angústia em psicanálise é um assunto que não deve ser ignorado. Pessoas com esse transtorno tendem a ser mais intensas e impulsivas.
Existe um neurótico em todos nós, sobretudo, compreender como essas necessidades moldam nossos comportamentos pode nos ajudar a nos conscientizar delas quando ocorrerem em nossas vidas.
Isso, por sua vez, pode nos permitir regulá-los e evitar torná-los centrais demais para nossa existência. A autoconsciência pode nos permitir navegar pela vida e responder aos eventos sem deixar que o neurótico que habita em nós nos tire vantagem.
Há cura para angústia, segundo a psicanálise?
Hoje falaremos sobre a cura para angústia. Não há como negar que a condição humana nos coloca, a todos indistintamente, em maior ou menor grau, como seres angustiados.
No reino animal os seres dito irracionais contentam-se basicamente com a satisfação de suas necessidades fisiológicas. Nós não. Nós somos eternos insatisfeitos. Entenda o que é a angústia para a psicanálise!
A cura para angústia na Psicanálise?
Para Jacques Lacan a nossa satisfação é sempre parcial, pois somos seres faltosos por natureza. Nesse compasso, ainda que a pessoa tenha preenchido o padrão social estabelecido como modelo a ser seguido, de família de propaganda de margarina, geralmente permanece o sentimento de vazio, de incompletude. Isto também explica porque estudos psicológicos revelam que milionários ganhadores de prêmios de loterias não mantêm o nível de felicidade inicial por muito tempo.
A angústia, portanto, é uma condição existencial própria do ser humano, ligada a vários fatores: a indagação sobre o propósito da vida; a necessidade de fazer escolhas que sempre implicam em renúncias; o envelhecimento do corpo e a finitude da vida; o relacionamento com os outros homens. Quanto a este último fator, de se destacar a comparação como grande causadora de angústia, mormente na atualidade, pela ampla exposição em redes sociais de vidas felizes e aparentemente perfeitas.
Na obra O mal-estar na civilização, Freud enfatizou o pacto social como fator de mal-estar, eis que as pessoas precisaram abrir mão de seus desejos e individualidades em prol da segurança da vida em sociedade. No mesmo livro, quanto ao propósito da vida, Freud aponta que só a religião é capaz de resolver essa questão. O sentimento constante de falta/insuficiência nos leva a buscar situações que nos transmitam sensações de perfeição e realização. Vale dizer, sensações falsas e passageiras, uma vez que a plenitude nunca será atingida.
Há cura para a angústia?
A psicanálise entende a angústia como sintoma do inconsciente, ou seja, formas pelo qual o inconsciente se expressa, assim como o medo. A angústia sempre foi uma preocupação da obra de Freud, que a partir de 1890 introduziu a temática em seu campo de estudo. Encontrou a angústia como causa de sintomas físicos em seus pacientes, como dispneias, arritmias, fobias, crises de pânico e pesadelos. Sobre medo e angústia, embora possam estar relacionados, Freud os diferenciou pela ausência de objeto da angústia, enquanto o medo tem um objeto fóbico definido, como o medo de baratas, por exemplo.
Inicialmente, chegou a propor a existência da “neurose de angústia”, supostamente causada pelo acúmulo de tensão sexual, não descarregada tampouco elaborada pelo sistema psíquico. Ou seja, o agente provocador seria a abstinência sexual. Posteriormente, reformulou o conceito de angústia em Inibição, sintoma e angustia (1926), que estaria associada a uma defesa do ego frente a uma situação de perigo. Sobre a origem da angústia, Lacan inverteu o raciocínio de Freud, para pontuar que a angústia não é um sinal de perigo da perda de um objeto, mas um indicativo da “falta da falta”.
Melhor explicando, não seria a ausência da mãe que provocaria a angústia na criança, mas a presença constante que não lhe permitiu lidar com a falta. Mas enquanto como sintoma a angústia possa acarretar sofrimento, tem o seu papel de impulsionar a pessoa para novas descobertas, tal como o medo tem importância para a autopreservação.
Conclusão
Para Lacan, em seu Seminário 10, a angústia também está ligada ao desejo, pois “é depois de superada a angústia, e fundamentado no tempo da angústia, que o desejo se constitui”. Ou seja, a angústia serve para sustentar o desejo, representando uma diferenciação entre o buscado e o obtido.
Logo, diferentemente do que tende a pensar grande parte das pessoas, a psicanálise não pretende a eliminação da angústia, mas a elaboração desse sintoma. Assim como ocorre com as pulsões, a angústia pode ser canalizada para atividades produtivas – como trabalho, cultura, artes – o que foi chamado de sublimação para a teoria Freudiana.
O presente artigo foi escrito por Maria Luiza Garcia. Servidora pública, formada em Direito e em psicanálise. Insta: psicanalista_malu.garcia
PRECISO MUDAR MINHA VIDA!
Por Onde Começar Essa Transformação
PRECISO MUDAR MINHA VIDA! POR ONDE COMEÇAR ESSA TRANSFORMAÇÃO?
Muitas pessoas sofrem com o dilema de ter bem claro o pensamento de “preciso mudar minha vida”, mas não têm ideia de como e por onde começar essa transformação. Assim, mesmo quando sabem o que está errado e precisa de conserto, têm dificuldades de encontrar um ponto de partida e fazer esta virada de chave. Pode parecer assustador no começo, mas acredite, esta insatisfação pode trazer muitas mudanças positivas à vida da pessoa em todos os aspectos.
Toda transformação exterior começa por uma transformação interior, ou seja, por um desejo profundo de mudança e evolução. Assim, mesmo que no início as respostas e os caminhos não estejam definidos, ao decidir caminhá-lo tudo vai se tornando mais claro como água límpida. Mas claro, para beber desta fonte, você precisa se permitir conhecer e viver novos ciclos em sua existência.
PRECISO MUDAR MINHA VIDA - ALGUNS PASSOS PARA INICIAR A MUDANÇA!
Confira as dicas que listei para te ajudar a mudar a sua vida, deixar no passado o que te deixa descontente e construir o presente extraordinário que merece. Veja e coloque estas ações em prática:
EVITE OS ATALHOS
Quando temos o desejo transformar algo em nossas vidas podemos nos afobar buscando soluções rápidas e imediatas. Porém, mudanças extremas exigem esforço igualmente grande, então não espere um botão mágico que irá te catapultar do ponto em que está para o ponto que deseja ir. Tudo acontece no momento certo, por isso tenha foco e paciência, pois as transformações que se mantêm são aquelas que conseguimos por meio de esforço e dedicação.
PLANEJE-SE!
Entendendo que não há caminho simples e curto para promover uma mudança em sua vida, tire algum tempo para fazer um bom planejamento. Reflita a respeito do que exatamente você não gosta; como preferia que as coisas fossem e como pode mudá-las. Por exemplo, se o que te incomoda é estar acima do peso, comece estipulando o que seria o peso ideal. Tendo uma estimativa de quanto precisa perder faça uma lista de processos e ações que devem ser seguidos para conseguir os resultados desejados.
CRIE NOVOS HÁBITOS
As mudanças de vida são difíceis no começo porque não estamos habituados a elas. Para que essa transformação seja menos traumática é importante estabelecer a criação de novos hábitos e comportamentos mais positivos. Ser metódico nessa fase de transição, entre o ponto em que se está e o ponto em que se quer chegar, é uma forma segura de desenvolver novas atitudes e mantê-las.
TENHA AUTOMOTIVAÇÃO
A palavra-chave para quem está desejando passar por uma transformação de grande dimensão é automotivação. Mantenha firme o pensamento de necessidade de mudança sempre que pensar em desistir. Se parecer mais difícil do que você pode aguentar, pense nos resultados a médio e longo prazo. Mesmo quando o objetivo final demora um pouco para ser alcançado, como o de emagrecer, você terá amostras de como será quando conseguir. Só o fato de sentir seu condicionamento físico melhorar já ajuda em sua motivação.
PROJETE O FUTURO
Para solidificar a sua motivação pense em como será o seu futuro quando conseguir o que tanto espera. Se a transformação que você está promovendo é profissional, imagine como será quando conseguir a tão sonhada promoção. Enxergar o futuro com a transformação efetivada contribui para que você continue no caminho certo.
CONCENTRE-SE EM VOCÊ
Se você quer mudar o mundo, você deve começar a promover mudanças em você primeiro. Quando se trata disso, você controla apenas três coisas da vida: os pensamentos que você pensa, as imagens que visualiza e as ações que você realiza. Se você se concentrar em pensar positivamente, visualizar resultados mais bem-sucedidos e tomar medidas positivas para atingir esses resultados, terá a garantia de obter melhores resultados em sua vida pessoal e profissional. Não só isso, você vai impressionar e inspirar outras pessoas que querem experimentar melhores resultados em suas próprias vidas.
COMPROMETA-SE COM O AUTO APERFEIÇOAMENTO CONTÍNUO
Como dizia Gandhi: “Viva como se você fosse morrer amanhã. Aprenda como se você fosse viver para sempre. ” A alegria de aprender está no processo, não no resultado final. Quando você se dedica a uma vida de contínuo aprimoramento e crescimento, permanece curioso, aberto e em constante expansão. Isso não só torna sua vida mais interessante e significativa, mas também inspira outros a seguirem seus passos. E quanto mais pessoas escolherem melhorar continuamente em vez de permanecer em estado de estagnação, melhor será para o mundo.
VEJA OS DESAFIOS COMO OPORTUNIDADES
As pessoas dizem que querem criar uma vida melhor para si, mas muitas vezes desistem ao primeiro sinal de problema. O caminho para o sucesso tem obstáculos e desafios – esse é um fato. Mas é no processo de superar esses obstáculos que você se torna capaz de criar o que deseja para a sua vida. Quando você cultiva a perseverança e acolhe desafios como oportunidades para crescer e expandir seu aprendizado – como se opor a desculpar-se a desistir e permanecer exatamente onde você está, você será capaz de alcançar muito mais na vida. E você vai motivar os outros a ter a confiança e perseverança para superar seus próprios obstáculos também.
SEJA GENEROSO COM SUA SABEDORIA
Imagine se todos em sua família desistissem de reclamar, assumissem total responsabilidade por suas ações e criassem a vida de seus sonhos. Ou se cada um na sua empresa praticasse os princípios de sucesso consagrados pelo tempo. Você pode ajudar a criar este mundo facilitando ativamente o crescimento dos outros. Você é capaz e tem tanta sabedoria para oferecer às pessoas em sua vida – e o maior presente que você pode dar a elas é compartilhar o que você aprendeu e ajudá-las a alcançar mais sucesso em suas próprias vidas.
VÁ ATRÁS DOS SEUS SONHOS – E INSPIRE OS OUTROS A FAZER O MESMO
Cada um de nós tem o poder de criar a vida que queremos, a vida que sonhamos, a vida que nascemos para viver. Cada um de nós merece cumprir todo o nosso potencial e manifestar nosso verdadeiro destino. Esse é nosso direito. Mas muitas pessoas não entendem isso. Eles acham que estão presos onde estão, sujeitos aos caprichos de um mundo cruel e indiferente, e que lhes falta a capacidade ou o direito de se libertar e criar uma vida melhor para si mesmo. Você pode mostrar que eles estão errados. Quando você vai atrás de seus sonhos e começa a viver a vida em seu mais alto potencial, você inspira os outros a fazer o mesmo. E isso terá um tremendo impacto no mundo ao seu redor.
Fonte: José Roberto Marques
Quanto tempo demora uma mudança comportamental?
Quanto tempo demora uma mudança comportamental?
Esta pergunta tem sido feita em diversos contextos, dado que há múltiplos comportamentos relacionados com diversas áreas como por exemplo a alimentação, desporto, de aprendizagem, etc. No meu contexto profissional, a área da Formação Profissional é um tema recorrente, em que se debate o que é preciso e quanto tempo é necessário para efectivar uma mudança comportamental.
James Clear, escritor e conferencista Norte-Americano, que tem dedicado grande parte da sua vida ao estudo da mudança de hábitos, fala-nos de duas experiências que nos ajudam a responder a esta questão.
A primeira é sobre Maxwell Masltz, cirurgião plástico, que nos anos cinquenta começou a notar um estranho padrão nos seus doentes. Quando efectuava uma operação, como por exemplo, refazer um nariz, reparou que o paciente demorava vinte e um dias até se habituar à sua nova cara. Esta experiência levou a que considerasse este período como uma referência para ele próprio adoptar um novo hábito, e reparou que efectivamente demorava sensivelmente o mesmo tempo. Este estudo levou a que na altura dissesse “ Este, e outros fenómenos levam-nos a concluir que é necessário pelo menos vinte e um dias para desabituar-nos de algo, e congelarmos um novo comportamento”. Publicou estes e outros pensamentos num livro em 1960 chamado “Psycho-Cybernetics”, e foi assim que surgiu o mito dos vinte e um dias. As pessoas esqueceram que ele tinha referido os vinte e um dias como o “mínimo” e começaram a adoptar esse período temporal como uma referência. James depreendeu o porquê do mito se ter espalhado rapidamente, dado que “ é um período curto o suficiente para ser inspirador, e longo o necessário para ser credível” Quem é que não gosta de pensar que pode mudar a sua vida em três semanas? Mas será que podemos adoptar este período como referência?
James Clear conta-nos outra história, desta feita uma efectiva experiência, que porventura poderá ter maior credibilidade. Phillippa Lally, investigadora na área da Psicologia da Saúde na University College London, publicou um estudo no European Journal of Social Psichology. Lally e a sua equipa de investigação decidiram perceber quando tempo é que se demora a incorporar um novo hábito.
O estudo examinou os hábitos de noventa e seis pessoas durante um período de doze semanas. Cada pessoa escolheu um novo comportamento, tendo como objectivo que o mesmo se tornasse num hábito no período definido, e reportaria todos os dias se tinha adoptado o comportamento ou não, e a automaticidade do mesmo. As pessoas escolheram hábitos simples como beber um copo de água antes da refeição, ou fazer uma corrida de quinze minutos antes do jantar. No fim deste período, os investigadores analisaram os dados para perceber quando tempo cada pessoa demorou a começar o novo comportamento e se era automático.
A conclusão foi que, em média, é necessário mais de dois meses para que um novo comportamento seja automático, mais concretamente sessenta e seis dias. Este tempo para a mudança depende do tipo de comportamento, da pessoa, e das circunstâncias. Neste estudo, as mudanças reportadas foram de grande amplitude, variando dos 18 dias até aos 254 dias. Assim, percebemos que não há uma resposta exacta, o que se percebe facilmente quando falamos do comportamento humano, mas pelo menos temos um período de referência que varia entre os dois e os oito meses. Mas reforço, estamos perante uma imprevisibilidade muito grande, dado o grande número de variáveis que podem influenciar, e por outro lado, que esta mudança pode demorar algum tempo mesmo com condições favoráveis, e muito tempo, ou simplesmente não se concretizar se não estiverem todas as condições reunidas.
Os investigadores constataram também que falhar um oportunidade para colocar o comportamento em prática ou não o implementar da melhor forma não afecta a eficácia a longo prazo. Há espaço para omissões ou erros, e o que é necessário é perseverança, e estabelecimento de medidas corretivas para regressarmos ao caminho certo. No fundo, é fundamental um comprometimento muito forte por parte da pessoa dado que o caminho não é fácil e pode ser sinuoso. A investigação refere que a mudança comportamental envolve mudanças físicas no cérebro. Assim, não é algo que as pessoas decidem e ficam automaticamente aptas a fazer. O processo requer o descongelamento de um hábito antigo e o congelamento de um novo. Isto requer muito tempo e repetição. Os hábitos são comportamentos que são desempenhados de forma automática porque foram repetidos muitas vezes no passado. Esta repetição cria uma associação mental entre a situação (pista) e a acção (comportamento), o que significa que quando a pista é encontrada o comportamento é desempenhado automaticamente. Quebrar hábitos antigos é muito difícil. Uma forma de facilitar é controlar o ambiente que nos rodeia, ou seja, eliminar as pistas caso não queiramos ter determinado comportamento ou criá-las se quisermos o efeito contrário. Por outro lado, é importante especificar o que é que vamos fazer para adoptar um novo comportamento e fazê-lo de uma forma consistente. Assim, com o decorrer do tempo, ele acontecerá de uma forma natural (sem o provocar ou sem pensamento prévio) e requererá menor esforço. Independentemente da dificuldade do processo, há algo que é crucial para o sucesso: É preciso começar!
Fonte: Pedro Monteiro
Sales Manager / Elite Learning Judge
Lisboa, Lisboa, Portugal