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Psi.

Joel Reis

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O que são: Psicose, Neurose e Perversão?


psicose

No último texto publicado anteriormente nesse blog, tratamos da questão da personalidade para a psicanálise. Como vimos, a compreensão desse conceito é indispensável para prosseguir no caminho da psicanálise, seja profissionalmente ou apenas como interesse pessoal. Ainda no texto passado vimos que a personalidade de todos os indivíduos pode ser compreendida por meio de três estruturas mentais. São elas: Psicose, Neurose e Perversão.


Esquema: psicose, neurose e perversão


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Vimos também que uma vez definida a personalidade dentro de uma das estruturas.

Analisaremos agora cada uma delas de forma mais detalhada, incluindo suas subdivisões. Vamos lá.

Um dos pontos essenciais quando se trata de compreender essas estruturas mentais supracitadas é o seu funcionamento. Cada uma delas possui, segundo Freud, uma mecanismo de defesa específico. Esse mecanismo de defesa nada mais é do que uma forma inconsciente que a mente do indivíduo encontra para lidar com o sofrimento que advém do Complexo de Édipo.


Uma síntese das diferenças entre Psicose, Neurose e Perversão

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  • Psicose: é condição mental mais grave, caracteriza-se por distúrbios graves da percepção, pensamento e comportamento. Pode incluir alucinações, delírios e comportamento socialmente bizarro. A psicanálise pode tratar o psicótico, mas com certa limitação, porque não há um “olhar de fora” que permita ao psicótico a compreensão e mudança de seu estado.

  • Neurose: é uma condição mental menos grave que a psicose, mas pode afetar significativamente a vida de uma pessoa. Caracteriza-se principalmente por ansiedades, fobias, manias ou comportamentos obsessivos. É o tipo de estrutura mental que a psicanálise mais atua, porque o neurótico sofre com seus sintomas e pode encontrar na terapia um lugar de reflexão e superação.

  • Perversão: é um comportamento sexual ou relacional anormal e desviante. Pode incluir sadomasoquismo, fetichismo, voyeurismo, zoofilia etc. A perversão quando implica em um incômodo para o sujeito ou para a integridade física dos outros, é considerada um problema de saúde mental e pode ser tratada com ajuda profissional. Costuma-se dizer que, diferente do neurótico, o perverso se deleita com sua condição. Muitas vezes, a perversão é entendida também como um comportamento de aniquilação do outro.

A seguir, veremos mais detalhes e exemplos dessas três estruturas psíquicas.


Psicose

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Na estrutura denominada Psicose, encontramos ainda três subdivisões: paranoia, autismo e esquizofrenia. O mecanismo de defesa dessa estrutura é conhecido como Foraclusão ou Forclusão, termo desenvolvido por Lacan.


O psicótico encontraria fora de si tudo que exclui de dentro. Nesse sentido, ele incluiria para fora os elementos que poderiam ser internos. O problema para o psicótico está sempre no outro, no externo, mas nunca em si.

Na Paranoia ou Transtorno de Personalidade Paranoide, trata-se do outro que o persegue. O sujeito sente-se perseguido, vigiado e até mesmo atacado pelo outro.


No Autismo, trata-se do outro que quase não existe. Isola-se do outro e foge-se da convivência e comunicação com o outro.  Já na esquizofrenia, o outro pode aparecer de inúmeras formas. O outro é o surto, um estranho, um monstro ou qualquer outra coisa. No caso da esquizofrenia, o que fica mais evidente é a dissociação psíquica.


Outra característica da Psicose é que, diferente do que acontece com indivíduos com outras estruturas mentais, a própria pessoa acaba revelando, ainda que de forma distorcida, os seus sintomas e distúrbios.


Alguns sintomas da Psicose

Os sintomas podem variar de acordo com o paciente mas, no geral, são sintomas voltados a mudanças no comportamento do individuo, alguns são:

  • Alterações de humor

  • Confusão nos pensamentos

  • Alucinações

  • Mudanças repentinas nos sentimentos

Neurose

Já a Neurose, por sua vez, divide-se em histeria e neurose obsessiva. Seu mecanismo de defesa é o recalque ou repressão.


Então, enquanto o psicótico encontra sempre fora de si o problema, e acaba por revelar seus distúrbios, ainda que de forma distorcida, o neurótico age da forma oposta.


O conteúdo problemático é mantido em segredo. E não só para os outros, mas para o próprio indivíduo que sente. O neurótico guarda dentro de si o problema externo. É disso que se trata o recalque ou repressão.


Portanto, para que alguns conteúdos fiquem recalcados ou reprimidos, a neurose provoca no indivíduo uma cisão da psique. Tudo o que é doloroso é recaldado e permanece obscuro, causando sofrimentos que o indivíduo mal pode identificar – apenas sentir. Por não poder identificá-los a pessoa passa a reclamar de outras coisas, de sintomas que sente (e não da causa).


No caso da histeria, o indivíduo permanece dando voltas em torno de um mesmo problema insolúvel. É como se a pessoa nunca conseguisse encontrar a verdadeira causa de sua frustração, por isso as constantes reclamações. É possível identifica ainda uma busca constante por um objeto ou uma relação idealizada, na qual o indivíduo deposita aquela frustração recalcada. Isso, logicamente, leva a mais frustrações.


Na Neurose Obsessiva o indivíduo permanece também dando voltas em torno dos mesmos problemas. Nesse caso, no entanto, existe uma forte tendência em organizar tudo ao seu redor. Essa necessidade de organização externa seria um mecanismo para evitar pensar nos problemas reais recalcados em seu interior.


Perversão

O mecanismo de defesa específico da perversão é a denegação. Ele poder ser compreendido através do fetichismo.


Freud coloca que muitos indivíduos que faziam análise com ele apresentavam fetiches como algo que os traria apenas prazer, algo até mesmo louvável. Esses indivíduos nunca o procuravam para falar desse fetichismo, ele aprecia apenas como uma descoberta subsidiária.


Assim se dá a denegação: a recusa em reconhecer um fato, um problema, um sintoma, uma dor.


Psicose, Neurose e Perversão: outra perspectiva

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Outra forma de compreender e analisar a psicose, neurose e perversão psíquicas apresentadas (Psicose, Neurose e Perversão) é a partir do tipo de angústia específico de cada uma delas. Nessa perspectiva incluímos ainda a Depressão, que se relaciona com a Psicose. Haveria, por exemplo, a Psicose Maníaco-depressiva – que é atualmente chamada de Transtorno Bipolar.


Desta forma podemos dizer à respeito da psicose, neurose e perversão:

  • No caso da Psicose, a angústia é a angústia da entrega. Sua dor resultaria sempre do outro, de sua entrega ao outro (foraclusão). Essa forma de pensar é o que impede que muitos psicóticos procurem análise ou terapia.

  • Na Depressão, a angústia é a da realização. O indivíduo não consegue se sentir bom o bastante para as próprias expectativas. A melhora pessoal nunca é suficiente. Podemos dizer, para sermos mais específicos, que a angústia da depressão é a da autorrealização. Resultaria de uma ferida narcísica o sentimento de diminuição pessoal.

  • Na Histeria encontramos a angústia da permanência. O desejo do indivíduo nunca permanece – há uma mudança constante no objeto em que ele deposita sua vontade. Por isso, a angústia é a angústia de permanecer fixo em um lugar ou desejo único.

  • Na Neurose Obsessiva identifica-se o oposto do que ocorre na histeria: o desejo parece morto. A angústia seria justamente a angústia de mudar, já que o indivíduo deseja a permanência.

  • A Perversão não aparece nesse quadro assim como dificilmente aparece na análise psicanalítica. Isso porque o perverso não enxerga a angústia, ou, pelo menos, não a enxergar como advinda da perversão. Poderíamos dizer, por isso, que ele denega sua angústia.

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(Créditos da imagem destacada: https://www.psicologiamsn.com)

(Créditos do conteúdo: https://www.psicologiamsn.com)

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