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TDAH em adultos:

Quais são os sintomas e tratamentos?

Muito se fala sobre TDAH em crianças e adolescentes, mas, além disso, também é importante abordarmos os sintomas e tratamentos desse transtorno em adultos.

Sabe aquela pessoa desatenta, inquieta e com dificuldades para se organizar? Ela pode ter TDAH e nem saber. 

Por isso, o acesso à informação é tão importante. Além de reduzir estigmas e preconceitos, contribui para que mais indivíduos procurem ajuda especializada para conquistar mais qualidade de vida e bem-estar.

Neste artigo, você encontra as principais informações sobre TDAH em adultos. Confira e não deixe de compartilhar com quem precisa se aprofundar no tema também!

O que é o TDAH?

O TDAH significa Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. É um distúrbio neurobiológico reconhecido pela Organização Mundial da Saúde.

As causas estão atreladas a questões genéticas e pequenas alterações na região frontal do cérebro, que é responsável pela inibição do comportamento e do controle da atenção.

 

Quanto antes a pessoa receber o diagnóstico, melhor. Isso porque, dessa forma, é possível conduzir um tratamento adequado capaz de proporcionar melhorias nas relações interpessoais e na qualidade de vida como um todo.

Como o TDAH se manifesta em adultos?

Os traços de personalidade do indivíduo com TDAH e as estratégias aplicadas no seu dia a dia para lidar com os sintomas também impactam no quanto a vida no geral é prejudicada pelo transtorno.

Há alguns motivos pelos quais o TDAH nem sempre é diagnosticado em adultos, entre eles:

  • Acreditar que os sintomas são falhas na personalidade;

  • Dificuldade em reconhecer o problema;

  • Sobreposição de sintomas.

Em seguida, confira algumas das possíveis consequências do transtorno:

Relacionamentos

O TDAH é capaz de afetar diversos tipos de relacionamentos, não apenas os amorosos, mas também relações de amizade, familiares e no trabalho.

Nos casos em que há sintomas intensos de hiperatividade e impulsividade, quem está ao redor pode não conseguir acompanhar o ritmo ou se sentir desconfortável diante de tais comportamentos.

Já em casos em que a desatenção se sobressai, é comum que a pessoa com TDAH se esqueça de tarefas e compromissos importantes, o que gera conflitos na relação.

Autoestima

Quem tem TDAH tende a sentir que não está vivendo todo o seu potencial, o que prejudica a sua autoestima e a faz se sentir incapaz e deslocada.

Além disso, quando há problemas de regulação emocional, o indivíduo pode acabar se enxergando como um fardo para quem está ao seu redor.

Na ausência de um diagnóstico correto, não se consegue compreender que todos esses sentimentos são consequência de um transtorno sem tratamento.

Vida acadêmica e trabalho

Na escola ou na faculdade, quem convive com TDAH pode enfrentar dificuldades para prestar atenção às aulas e se concentrar nas tarefas e deveres.

Já no ambiente de trabalho, além disso, ao sofrer com o transtorno pode haver grande dificuldade para focar, gerir o tempo e cumprir prazos.

Além disso, profissões que exigem ficar parado ou sentado por muito tempo tendem a ser bastante desafiadoras para quem é mais hiperativo.

Diante de tantas dificuldades, não é incomum serem pessoas com baixa performance e, em alguns casos, que mudam muito de emprego por terem dificuldades para se consolidar na carreira.

 

Cotidiano

No cotidiano, pessoas com TDAH também enfrentam dificuldades em diversas situações, por exemplo, manter a casa organizada.

Isso pode ser um grande desafio para quem tem TDAH, afinal, são indivíduos com maior dificuldade para priorizar tarefas e se manter focado por muito tempo. Dessa forma, coisas aparentemente simples, como lavar a roupa, se tornam tarefas complexas, pois a distração tende a dificultar o processo.

Esquecimentos e desatenção, portanto, são capazes de gerar pequenos inconvenientes no cotidiano de portadores do TDAH e, em alguns casos, até gerar conflitos com quem faz parte da rotina.

Uso de substâncias

Por fim, também é importante pontuar que indivíduos com TDAH têm uma tendência maior a utilizar substâncias lícitas ou ilícitas.

Acredita-se que, principalmente em não diagnosticados, o uso de substância seja muito utilizado como uma forma de automedicação, afinal, há drogas que auxiliam na concentração, sono, ansiedade, entre outros sintomas.

Quais são os sintomas do TDAH em adultos?

Um adulto diagnosticado ainda na infância tem a oportunidade de fazer tratamentos que ajudem no manejo dos sintomas. Por isso, é comum que, mesmo com algumas limitações e sintomas, em adultos tratados o TDAH pareça invisível.

Ao mesmo tempo, o transtorno também pode parecer invisível em adultos que nunca receberam um diagnóstico e tratamento adequados na infância. Isso acontece porque, conforme a pessoa amadurece, desenvolve diversos comportamentos (saudáveis ou não) a fim de compensar as limitações do TDAH. 

Os sinais do transtorno se diferenciam ao longo dos anos. Na infância, é muito pautado no tripé de desatenção, impulsividade e hiperatividade. 

Com a idade, os sintomas podem variar em gravidade e preponderância e, além disso, muitos dos adultos com TDAH apresentam mais de uma comorbidade, sendo as mais comuns: depressão, compulsão alimentar, ansiedade, distúrbio do sono, dependência química e alcoolismo.

Ficar atento aos sinais e conversar com profissionais especialistas, como psicólogos e psiquiatras é o melhor caminho para se chegar ao diagnóstico correto. 

Os principais sintomas do transtorno que podem ser identificados em adultos são:

  • Instabilidade profissional e maior índice de desemprego;

  • Procrastinação;

  • Falta de foco e concentração;

  • Baixa capacidade intelectual;

  • Dificuldade de seguir rotinas;

  • Maior índice de divórcios e separações;

  • Dificuldade de planejamento e execução das tarefas;

  • Ansiedade diante das tarefas não estimulantes;

  • Dificuldades nos relacionamentos;

  • Alterações de humor frequentes;

  • Frequentes esquecimentos, perdas e descuidos para datas e compromissos importantes;

  • Dificuldade para escutar e esperar a sua vez de falar;

  • Intolerância a situações monótonas e repetitivas;

  • Repetição frequente de erros e falta de atenção com coisas simples.

Lembrando que cada caso deve ser analisado individualmente, porque um diagnóstico de TDAH não significa que a pessoa tem todos esses sintomas.

4 dicas para lidar com adultos com TDAH

Conviver com uma pessoa que tem TDAH não é simples, mas é totalmente possível. Aqui vão algumas dicas que podem ajudar nesse processo:

  1. Incentivar a atingir os seus objetivos, demonstrando apoio e reconhecendo as pequenas conquistas; 

  2. Simplificar as tarefas que, mesmo sendo fáceis de executar, podem parecer complicadas para quem tem TDAH;

  3. Ter paciência com as distrações, falta de foco, agitação e impulsividade, afinal, a pessoa não tem culpa por agir dessa forma;

  4. Aceitar o tempo da pessoa, porque quem sofre com o transtorno nem sempre fará as coisas do mesmo jeito que você e no tempo que você gostaria.

Qual é o tratamento para TDAH em adultos?

O tratamento do TDAH em adultos costuma contemplar três frentes, mas pode variar de acordo com o quadro e as necessidades da pessoa. 

No geral, as estratégias contemplam:

Medicação

A medicação mais adequada será prescrita pelo médico psiquiatra, que é responsável por avaliar de forma individual o quadro do paciente e fazer o acompanhamento contínuo.

A conhecida Ritalina é um dos fármacos bastante utilizados por quem tem TDAH, mas não podemos generalizar. É preciso analisar as especificidades do diagnóstico para definir os medicamentos mais adequados.

Lembrando que, em hipótese alguma, é recomendada a automedicação.

Terapia

Em relação à terapia, a abordagem com maior evidência científica e eficácia no tratamento de TDAH é a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC).

O objetivo da TCC é auxiliar no desenvolvimento de novos padrões de pensamentos e comportamentos, assim como a motivação e estabilidade emocional para a construção de uma vida mais saudável e satisfatória.

No geral, são trabalhadas estruturas e estratégias comportamentais a fim de lidar melhor com os sintomas do TDAH.

Terapias comportamentais como a TCC se caracterizam por serem mais técnicas, estruturadas e focadas, alinhadas às necessidades do paciente. 

Junto disso, são aprofundadas as questões de ordem emocional, como baixa autoestima, autoconfiança e, se for um quadro com outras comorbidades, os sintomas relacionados a elas.

Treinamentos e tratamentos complementares.

Dependendo do caso, o paciente pode ser orientado a realizar treinamentos e tratamentos complementares.

No caso de pessoas com muitos problemas de organização, distração e falta de foco, por exemplo, pode ser recomendado fazer algum tipo de treinamento ou estudar sobre formas de organizar as suas tarefas e responsabilidades diárias a fim de não sofrer com os prejuízos desses sintomas.

Já se for uma pessoa com muita agitação, a orientação tende a ser realizar técnicas de relaxamento, meditação, acupuntura, e outros tratamentos complementares que ajudam a reduzir tais sintomas e melhorar a concentração.

O TDAH não pode ser generalizado

É sempre fundamental reforçar que, apesar dos padrões, o TDAH se manifesta de formas diferentes em cada pessoa.

Portanto, o plano de tratamento sempre deve ser individual e levar em consideração as particularidades do paciente em questão.

O que não muda é que todos os portadores de TDAH se beneficiam do acompanhamento psicológico. Seja com a TCC ou com outra abordagem da psicologia, a terapia é uma ferramenta poderosa de autoconhecimento.

Ao fazer um mergulho dentro de si para compreender os seus padrões de comportamento e reconhecer e manejar de forma mais saudável as suas emoções, o paciente vai aprendendo a construir estratégias para enfrentar os sintomas do TDAH e outras questões que impactam o seu bem-estar.

A terapia é um acompanhamento contínuo e profundo que visa contribuir para que cada indivíduo conquiste aquilo que é importante para ter mais qualidade de vida e saúde mental.

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